Hoje, a Expressão Sergipana vem homenagear Quintina Diniz que há 79 anos nos deixava. Quintina de Diniz foi lutadora do povo sergipano e em especial na luta contra o patriarcado em Sergipe. Nascida em Laranjeiras a 18 de junho de 1878, filha de Victor Diniz Gonçalves e de D. Maria Petrina de Oliveira Gonçalves. Iniciou-se na carreira do magistério em Laranjeiras, ainda adolescente, no colégio dirigido por sua mãe, D. Elisa.
Assumiu o colégio aos. Assumiu o colégio aos 18 anos de idade. Mudou-se para Aracaju, fundando aqui o primeiro colégio para moças, em 1906.
Era o Colégio Santana, que fora fundado em Laranjeiras, em 1849, pela professora Possidônia Bragança e, posteriormente, dirigido por D. Elisa e D. Quintina Diniz de Oliveira Ribeiro. O Colégio Santana funcionava na rua de. Maruim, 224, tendo encerrado suas atividades em 1941, por motivo de doença da sua fundadora, que não encontrou quem a substituísse.
Além do seu próprio colégio, D. Quintina Diniz foi catedrática da cadeira das disciplinas Pedagogia e Psicologia na Escola Normal Rui Barbosa, sendo querida das alunas que recebiam com entusiasmo as lições de vida que emanavam da sua personalidade. Incentivando as suas alunas a ocuparem cargos e profissões que não aceitavam mulheres estarem a frente. Assim foi uma liderança importante na luta contra o machismo nos espaços de poder e profissões em geral.
Em 1921 foi responsável em fundar a Federação Sergipana Feminista pelo Sufrágio, Quintina Diniz lutou pelo voto feminino em Sergipe e fazia parte da Sociedade Brasileira Para o Progresso Feminino, fundada pela Dra. Bertha Lutz e dirigida em Sergipe pelas doutoras Cezartina Regis e Maria Rita Soares de Andrade.
Em 1935, no curto período de organização democrática da chamada República Nova, Quintina Diniz foi eleita deputada estadual constituinte, participando da elaboração da Constituição estadual de 1935. Foi a primeira mulher a ter esse tipo de participação política, decorrente do seu engajamento nas causas atuais do seu tempo, incluindo o movimento feminista que liderou e destacou muitas mulheres, em todo o Brasil. Quintina era poetisa lírica e mística, oradora e política. Quando falava, agitava a Assembleia Legislativa. Lutou pela democracia quando foi decretado o Estado Novo em 1937 que limitou as liberdades individuais e a organização política.
Quintina nunca se casou, mas foi a matriarca intelectual de milhares de jovens a quem educou, além das sobrinhas, filhas de irmãos falecidos, a quem ela substituiu tanto na subsistência como na educação e no amor. Ela era extremamente simples. Em 22 de Julho de 1942 na capital, Quintina nos deixava aos 64 anos, mas seu legado ficou e ficará no combate ao machismo em Sergipe e no mundo. Uma frase de Quintina que resume sua história e luta: “A mulher deve ocupar todos os espaços que acha no seu direito, pois ela é dona do seu destino”, Diniz, 14 de abril de 1937. Quintina Diniz, presente.